Descíamos a calçada
Em direcção ao silêncio;
em cada jardim,
Uma madrugada,
Ou uma sílaba prisioneira
a mim.
Desenhávamos o beijo
Entre as sombras do
amanhecer,
Procurávamos no desejo,
O desejo de viver,
Ou o desejo de vencer.
Tínhamos na mão
Uma pequenina palavra
para escrever,
Poesia que envelhecia e
não queria morrer.
Tínhamos no coração
O desejo de correr.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 22/10/2021