Porque me inquietas,
sorriso lapidado dos montes cinzentos...!
sinto o abstracto
silêncio navegar na tua pérola mão,
despeço-me da
fogueira em solidão..., com aplausos, com... com infinitos beijos,
absorvo-te com a
esponja do meu coração,
mas... mas... não
sei que dia é hoje,
mas... mas não sei
em que ano nasceste,
… e morreste,
montes cinzentos,
Porque me
inquietas...
Noites ínfimas com
sabor a desejo,
páginas muitas,
algumas, algumas... sem palavras,
inquietas-me,
e foges como as
amendoeiras em flor,
Porque teimas em
desenhar no meu corpo borboletas,
e pássaros de
papel...!
inquietas-me, tanto,
tanto... tanto que tu me inquietas,
depois de descer o
cortinado nocturno da dor,
depois de acordarem
todos os marinheiros com odor a sabão...
inquietas-me,
e... e foges,
foges para os montes
cinzentos.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Terça-feira, 24 de
Junho de 2014