Regressa
a noite,
Depois…
depois acorda a saudade embrulhada num lençol de linho,
As
fotografias suspensas na parede da sala…
Cerram
as janelas,
Desligam
os interruptores do silêncio,
Brincam
as vozes dos tristes alicerces que sustentam o meu corpo,
Pareço
uma bailarina em busca dos holofotes do desejo,
Entre
círculos e espelhados momentos angulares,
Eu…
Eu…
eu me perco nos teus braços,
Deixei
de desenhar sorrisos na alvorada,
Deixei
de escrever palavras nos muros invisíveis da minha aldeia,
Deixei…
Deixei
de pertencer ao limo envenenado na madrugada,
Tenho
uma bandeira na mão,
Tenho
na outra mão… nada,
Uma
pedra,
Uma
enxada…
Calcinada
Pelos
ventos trigonométricos do amor,
Regressa
a noite
E
não tenho tempo para embriagar sonhos,
Não
me importo de não ter sonhos,
Nome,
Cidade
para habitar…
Regressa
E
traz com ela outra noite,
Outro
momento angular que me sufoca,
E
sinto na minha algibeira o mar
Encalhado
nos rochedos dos teus seios…
Pego
na equação das tuas coxas
E
construo um foguetão…
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira,
8 de Setembro de 2015