Percebo que as equações do meu corpo
não têm resolução,
sou um aglomerado de números
complexos, integrais duplas e triplas, habitam nos meus braços,
percebo que tenho um sorriso em
granito, e sei que nas quadrículas do meu peito...
suspendem-se as infinitas cordas
paralelas do nylon madrugada,
um imbecil programado, um corpo onde se
misturam os algoritmos de Fortran e as raízes quadradas do obscuro
olhar, sem sentido, único, proibido estacionar o meu corpo em cima
do passeio da solidão,
cruzo os braços,
e pergunto-me...
o que faz o poema sem nome dentro do
silêncio amanhecer?
sem prazer,
a vida é um fluído em escoamento
permanente...
em direcção ao mar,
em construção... como corpos
geométricos procurando amor nas flores triangulares...
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira, 8 de Março de 2014