Uma
janela esfomeada
Virada
para o mar,
O
cansado dia prisioneiro na janela virada para o mar,
Uma
janela esfomeada
Na
luminosidade obscura da cidade,
Entra
um barco em soluços,
Embriagado
pelo sal,
Uma
janela esfomeada
Na
sombra das árvores do quintal,
Um
pássaro vestido de janela…
Procurando
o cortinado do anoitecer,
A
prenda,
O
segredo de hoje,
Os indignados de ontem…
Com a notícia de hoje,
O
prego enferrujado no “CU” de Judas…
Longe
de mim,
Perto
de ti…
Uma
janela esfomeada
Sem
coração,
Recheada
de beijos,
Abraços…
E
o carrasco enforcado na janela esfomeada,
Virada
para o mar…
Termina
o Sol,
Nasce
a noite nos socalcos do cansaço…
E
vai-se vivendo ouvindo as tuas palavras vãs…
O
anão,
O
eterno anão a “cagar” no deserto.
FIM.
Francisco
Luís Fontinha
Alijó,
25 de Julho de 2017