Desenho de: Francisco Luís Fontinha
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Há uma cidade com janelas de vidro
tem ruas e pessoas
há uma cidade com jardins invisíveis
e marés transparentes... que nem todas
as pessoas
as pessoas dessa cidade
… há uma cidade
que nem todas as conseguem olhar
como persianas marteladas em papel
hortelã,
Há marinheiros
filhos da cidade
vagabundos dos mares inavegáveis como
rochas íngremes nas estradas de brincar...
há uma pobre cidade com braços de
porcelana
e palmeiras
e pássaros...
há uma cidade em penumbras madrugadas
uma cidade embriagada,
Há uma cidade que renasceu do teu
olhar sobre a ponte inoxidável...
uma cidade com seios prateados e coxas
de plátano...
há conversas perdidas nas sombras
desta cidade
uma cidade com beijos de lábios em
néon imaginário
e pássaros
e palmeiras
há uma cidade com janelas de vidro
e toalhas de linho... sobre a mesa
nocturna dos sexos débeis das flores perdidas na calçada...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha