Deste jardim de flores envenenadas
Onde oiço as pequenas
sílabas da insónia
E vêm a mim as envergonhadas
estrelas
Deste jardim sem sono
Onde semeio as lágrimas
do luar
E planto a solidão do
mar.
Neste jardim
Abandonado
Onde habita uma ponte
invisível
Que me levará ao teu
olhar.
Neste jardim de medo
Sem janelas
Sem casas
Sem ruas para caminhar
E deste jardim onde tenho
pássaros em silêncio
E tenho o vento a soprar;
Neste jardim sem barcos…
Os meus barcos de
brincar.
Alijó, 11/12/2022
Francisco Luís Fontinha