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domingo, 11 de dezembro de 2022

As sílabas da insónia

 Deste jardim de flores envenenadas

Onde oiço as pequenas sílabas da insónia

E vêm a mim as envergonhadas estrelas

Deste jardim sem sono

Onde semeio as lágrimas do luar

E planto a solidão do mar.

 

Neste jardim

Abandonado

Onde habita uma ponte invisível

Que me levará ao teu olhar.

 

Neste jardim de medo

Sem janelas

Sem casas

Sem ruas para caminhar

E deste jardim onde tenho pássaros em silêncio

E tenho o vento a soprar;

Neste jardim sem barcos…

Os meus barcos de brincar.

 

 

 

 

 

Alijó, 11/12/2022

Francisco Luís Fontinha