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sábado, 3 de novembro de 2012

A poeira feiticeira


As pedras feitiço na aldeia dos sonhos
uma criança menino das corridas sobre o azul silêncio da infância
um barco de papel
em rota de colisão

as palavras em gemidos
nos olhos cansados dos livros semeados nas encostas da montanha
socalcos de vogais
nas entranhas do xisto solitário

a poeira feiticeira
das brasas uivos da lareira
sobre a mesa da esplanada acorrentada à maré do inferno
quando o amor entra no peito do texto sem cor

das pedras
as pedras feitiço na aldeia dos sonhos
em flor
as janelas inventadas nas mãos dos beijos doces das nuvens de algodão

o chão térreo encharcado de sémen
das paredes o barro crucificado na madeira apodrecida
que o homem das palavras
semeou clandestinamente nas tuas coxas de vidro

as pedras
o feitiço das sandálias madrugada
que o vento aproximou
quando te mostrei pela primeira vez a aldeia dos sonhos...

(poema não revisto)