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terça-feira, 27 de agosto de 2024

 

éramos dez, faltavam dois dos apóstolos. não fomos juntos mas encontramo-nos todos na festa de lavandeira, capital da marrã e do churrasco, em carrazeda de ansiães.

era setembro e a noite estava bastante agradável.

o gijon acabava de nos convidar para comermos marrã e um bom churrasco, umas cervejas e a noite ficava a pertencer ao domínio da saudade.

alguns de nós questionamo-nos como era possível o gijon ter dinheiro, quando nunca tinha dinheiro; esquecemos o assunto e procuramos uma barraca onde se encontrasse uma mesa livre.

pedimos bebidas. pedimos marrã e churrasco, construímos pequenas estátuas com o miolo do pão e quase nos embebedemos.

tínhamos conseguido o milagre do pão e do vinho.

algum tempo depois, em termo de segredo, o gijon aconselha-nos a levantar da mesa e a sairmos um por um;

saí eu, saiu o mosca, saiu o espadinha, saiu o leirão, saiu o gomes… e saímos todos,

ficou apenas ele.

pediu mais uma cerveja e puxou de um cigarro.

quando percebeu que o dono da barraca e os respectivos funcionários estavam distraídos, foi vagarosamente colocando as travessas e as garrafas vazias na mesa atrás dele, que pertencia a outra barraca, a outro dono e a outros funcionários.

chamou a menina, pediu a conta,

ela disse que faltava apenas pagar uma cerveja, o gijon pagou a cerveja, levantou-se e ainda teve tempo de se despedir…

quando nos encontramos, ele;

mais um camelito.


o gijon foi (o maior sacana) que eu conheci e de quem sou amigo.

gosto muito dele.