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quinta-feira, 26 de abril de 2012

O último adeus


O último cigarro
o último Orgasmo Pulmonar
nas tuas mãos de cinza pérola adormecida
canso-me nos teus lábios
nos teus braços
e olho-te enquanto te evaporas em mim
como a chuva que se entranha no meu corpo
como o vento que leva o teu sémen

o último cigarro
o último adeus

como o vento que sacode as tuas lágrimas
que se escondem no rio
o último cigarro
que leva o teu sémen

e te digo adeus.

(decididamente vou deixar de fumar)

quarta-feira, 25 de abril de 2012

“Estás no fio da navalha. Só tens duas hipóteses: deixar de fumar ou deixar de fumar...” (o meu médico de família)

sábado, 21 de abril de 2012

Portas sem janelas


Apetece-me caminhar sobre as montanhas desenhadas na tela do inferno, apetece-me correr dentro dos cubos de gelo que guardo religiosamente na algibeira, e aos poucos..., e aos poucos sinto as finíssimas gotas de água descerem-me pelas pernas esqueléticas, migalhas de xisto desprendem-se das nuvens em direcção à cidade,
- os cigarros ajoelham-se e pacientemente solicitam-me Solicitamos a presença de vossa excelência nas nossas instalações pontualmente às vinte e uma horas, e por favor, e por favor faça-se acompanhar de um prato de alumínio, respectivos talheres, guardanapo e um copo,
e percebo que me vão enforcar nos jardins do palácio, e não há amor que me possa salvar,
- e já agora vou levar também uma toalha de linho e um cordel E não esquecer o guarda-sol, os óculos escuros e o meu esqueleto, e já agora percebo que me vão enforcar na árvore adjacente ao caminho pedestre enfeitado de arbustos e janelas sem vidros, e portas sem janelas, e casas sem pessoas, e pessoas, e muitas pessoas a olharem-me
e não há amor que me possa salvar,
a olharem-me como se eu fosse um louco agarrado às grades de ferro invisíveis que me protegem das gaivotas suspensas no rio, Para a sua segurança está a ser filmado, vou ao espelho, componho os poucos fios de cabelo de piaçaba, molho a ponta do dedo nos lábios esbranquiçados e começo a desenhar riscos no meu rosto, riscos e riscos e riscos,
- um sorriso por favor, e por favor, e por favor faça-se acompanhar de um prato de alumínio, respectivos talheres, guardanapo e um copo,
olho a árvore e debaixo do meu pé esquerdo o prato de alumínio, olho a árvore e debaixo do meu pé direito a toalha de linho, olho a árvore, olho a árvore e do cordel preso a um ramo embalsamado vejo o meu papagaio de papel em fintas de mão dada com o vento,
- Sabe minha Senhora? Diga meu amo! A vida é uma merda mas melhor do que isto não existe, Assim seja meu amo, Assim seja,
e por favor, e por favor faça-se acompanhar de um prato de alumínio, respectivos talheres, guardanapo e um copo, e do cordel preso a um ramo embalsamado vejo o meu papagaio de papel em fintas de mão dada com o vento,
Assim seja meu amo, Assim seja.


(texto de ficção não revisto)

domingo, 8 de abril de 2012

“Governo quer reduzir oferta de cigarros”

Em entrevista à agência Lusa o Exmo. senhor secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Leal da Costa, referiu “Estamos a estudar um conjunto de medidas no sentido de diminuir a oferta do tabaco ou de alguma forma restringir a sua venda a locais próprios".
Não me vou referir aos argumentos de ser eu próprio fumador e questionar onde começa e termina a minha liberdade, já tratam os fumadores como cães à porta do café, e percebo que os não fumadores não são obrigados a levar como o fumo do meu cigarro.
Também percebo que o tabaco provoca o cancro e outras doenças, mas se eu quiser suicidar-me o problema é meu, e também percebo quando estou à porta do café a fumar, o cãozinho felpudo ao colo de sua majestosa dona pode entrar, e eu, e eu porque estou a fumar, cá fora. Concluo que alguns cães têm mais sorte que os fumadores.
Eu percebo muitas coisas, só não sei se o governo percebe que retirar as máquinas de tabaco espalhadas por todo o país vai provocar desemprego; Sabe o governo quantas pessoas trabalham em Portugal na distribuição do tabaco? E qual o consumo de combustível das viaturas na distribuição? Estes trabalhadores não pagam impostos e não fazem descontos para a Segurança Social?
Resolver os problemas não é fechar.
Daqui a pouco é mais fácil um adolescente comprar haxixe ou heroína na rua do que um fumador comprar cigarros.
Desçam à terra.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Fumar no interior do automóvel

Proibição de fumar no interior do nosso próprio automóvel, e eu que sou doente (viciado em cigarros) não posso usufruir de um prazer, de outra coisa qualquer para os outros.
Onde está a legitimidade de os outros condicionarem aquilo que faço ou não faço dentro do que é meu? E qualquer dia nem dentro da minha própria casa posso fumar, e se há pessoas que não suportam o cheiro do cigarro, também eu não suporto o aroma de perfumes, porque sou alérgico, e mesmo assim não posso proibir aqueles que os usam de os não usar.
Proibição de quecas dentro do automóvel? Provavelmente qualquer dia um parvalhão qualquer vai dizer que é maléfico para a coluna, ou que sexo dentro de casa só uma vez por mês, e portanto este país está a tornar-se doente mentalmente.
Sou ateu; Qual a minha legitimidade de obrigar aqueles que acreditam em deus em não acreditar, só porque eu não acredito?
Pois eu continuarei a fazer aquilo que sempre fiz, quer seja dentro do meu automóvel ou dentro de casa.
O cigarro provoca o cancro. E o que têm vocês a ver se eu morrer de cancro? Vou dar despesa ao SNS, mas eu em cada maço de cigarros já estou a pagar para o SNS. E os alcoólicos? Não dão despesa ao SNS?
Criminalidade por problemas de álcool tenho conhecimento, por fumar cigarros penso não existirem…