sonho-me. sonhei que
sonhavas comigo, e é de oiro, o teu cabelo, é seara na planície de uma maçã,
que acaricia o sexo,
em frente ao espelho, um
cardo, uma papoila de luz, um cigarro desejado,
a manhã nos lábios dos
barcos,
um grito,
ajuda.
um delírio, quando o
orgasmo é apenas um cortinado de espuma.
o fantoche vestido de
peixe, e todo o cardume
deitado, sobre a cama nua
da tarde.
é quase, se os teus olhos
tiverem o mar no azul silêncio de uma criança,
que inventa pássaros à
sombra de uma árvore.
sonho-me. escrevo-me.
escrevo cartas a mim
mesmo, não tenho amigos nem quem me entregue as cartas, e no entanto
trago comigo as chaves do
luar. estrelas. pedaços de cartão canonizados num domingo, galáxias de insónia,
gemidos de prazer, apenas e só
quando acorda a noite.
sonho-me. invento desejos
nas folhas das árvores. olho o mar dos teus olhos,
e percebo…
que apenas sou um pedaço
de sombra, que morre a cada pôr-do-sol.
ver-te, seria morrer
sentado a uma esplanada de vento, quando um livro de poemas
ejacula sobre o açúcar,
a primeira lágrima da
manhã.
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