sábado, 24 de agosto de 2024

 

sonho-me. sonhei que sonhavas comigo, e é de oiro, o teu cabelo, é seara na planície de uma maçã, que acaricia o sexo,

 

em frente ao espelho, um cardo, uma papoila de luz, um cigarro desejado,

a manhã nos lábios dos barcos,

um grito,

ajuda.

um delírio, quando o orgasmo é apenas um cortinado de espuma.

 

o fantoche vestido de peixe, e todo o cardume

deitado, sobre a cama nua da tarde.

é quase, se os teus olhos tiverem o mar no azul silêncio de uma criança,

que inventa pássaros à sombra de uma árvore.

 

sonho-me. escrevo-me.

escrevo cartas a mim mesmo, não tenho amigos nem quem me entregue as cartas, e no entanto

trago comigo as chaves do luar. estrelas. pedaços de cartão canonizados num domingo, galáxias de insónia, gemidos de prazer, apenas e só

quando acorda a noite.

 

sonho-me. invento desejos nas folhas das árvores. olho o mar dos teus olhos,

e percebo…

que apenas sou um pedaço de sombra, que morre a cada pôr-do-sol.

 

ver-te, seria morrer sentado a uma esplanada de vento, quando um livro de poemas

 

ejacula sobre o açúcar,

a primeira lágrima da manhã.

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