sexta-feira, 23 de agosto de 2024

 

Os dias estatelados ao sol na ânsia de que algum sonífero de engano

Desça junto ao rio, mergulhe na palha cortada durante a noite,

E urine contra uma árvore, e o cigarro

Despede-se de mais um violento uivo de prazer.

 

Vou começar a fotografar o teu corpo quando ele está nu e escondido no sono e procura o sémen esquecido, que durante a noite, sobejou sobre a mesa-de-cabeceira. Devo estar louco. No prateado silêncio deste complexo emaranhado de sombras e sorrisos,

Depois da meia-noite.

 

Fomos à varanda, fumamos um cigarro, olhamos a lua e o céu e falamos com as estrelas, olhamo-nos e sorrimos, como há muito não o fazíamos, depois, tu acreditando em deus, e eu, e eu não acreditando em deus, concluímos que tudo à nossa volta está perfeito e é belo

Mesmo quando eu e tu desenhamos um orgasmo na flor das estrelas.

 

Em que estava a pensar deus quando criou o orgasmo?

O poema mais lindo e mais belo de toda a poesia.

 

E deus sem o saber,

Criou-o,

E anda por aí desde o século passado.

 

Depois

Deitamo-nos, poisaste a cabeça no meu peito, e como que um veneno poético se apoderasse do meu corpo,

Adormeci. Parece que tu, ficaste por lá sem dormir…, escondida no meu corpo.

 

Esta noite não sonhei.

Sem comentários:

Enviar um comentário