quarta-feira, 28 de agosto de 2024

inferno

 

a tela come-o depois de pincelar o horizonte com os pedaços sobejantes da noite, o pó

das estrelas, morna o cansaço do destino,

perfila em sinfonia

 

o olhar das camélias. e deste jardim de cornudos

ovem-se os esqueletos transversos da memória.

sei que estou vivo, apenas porque escrevo,

e sinto no corpo, o orvalho matinal.

 

quero fugir deste inferno sifilítico de viver

sobre as amoradas sem céu alcançado, depois

uma mistura de pedra e madeira

 

esconde-se dentro do círculo de luz com olhos verdes.

o medo é uma constante, é um delírio

antes de regressar a morte aos meus pés.

Sem comentários:

Enviar um comentário