(tão triste Mário sobre o
tejo um apito.
AL Berto)
Sobre este Tejo
A cânfora vergonha de
estar vivo
De escrever merdas que
detesto…
E que alguém me obriga a
escrever…
Porque apenas lhe
empresto a mão,
Sobre este Tejo
Quando descia o silêncio
da tarde
Enquanto uma menina
brincava com uma boneca invisível…
Eu
Eu percebia que este rio
me puxava…
Para as suas profundezas,
Sobre este Tejo
Na vergonha de estar vivo
Sem saber se quando
regressar a noite…
Tenho em mim palavras
Para afugentar as
estrelas…
Ou tenho em mim…,
metáforas de pano para arremessar ao pôr-do-sol,
Sobre este Tejo
Das luzes incandescentes
que apenas a noite consegue desenhar…
Este lindo silêncio de
verniz
Com pigmentos de saudade
Com tudo o que tive
Daquilo que não quero ter
e odeio…
Uma luz cinzenta poisa
sobre mim…
E percebo que apenas sou
um pedacinho minguo de nada…
Nos lábios deste rio…
Que me puxa…
E me vai assassinar de
vergonha...
02/07/2023
Sem comentários:
Enviar um comentário