Conto as estrelas, são
tantas, meu amor, são tantas as estrelas e cada uma com um desejo nos lábios,
conto as estrelas e depois penso…, quantas estrelas tem o teu olhar,
Muitas, poucas,
assim-assim, tanto me faz…
Conto as estrelas que
brincam nesta misera folha em papel, conto o silêncio destas paredes, destes pequenos
nadas que existem dentro de mim,
No fundo, sou um nada…
Um nada que escreve…
Versos ao nada.
Conto as estrelas da
minha infância, conto as estrelas das primeiras paixões, conto as estrelas que
existem nos teus lábios, tal como existem nos lábios das estrelas,
O desejo,
Conto as estrelas e
perco-me no teu sorriso de perfume adormecido, embrulhado nas minhas palavras,
quando das tuas lágrimas…
Acorda um pedacinho de
sorriso.
Conto as estrelas da tua
mão, conto as estrelas do teu cabelo, conto as estrelas…, as infinitas estrelas
do perfume dos teus lábios.
Conto as estrelas que me afligem,
mais as estrelas que não me desejam, e percebo que este pequeno nada, que sou,
esconde-se dentro de uma pedra cinzenta, com olhos verdes, e cabelo pigmentado
de beijos.
Conto as estrelas que há
em mim, e sabes, meus amor…
Dou conta que em mim não
existem estrelas.
Conto novamente as
estrelas do silêncio e da solidão, abro a janele, fecho a janela…
E pergunto-me se estarei
realmente…
Louco.
Conto as estrelas das
amarras e do medo, conto as estrelas de todas as prisões invisíveis…, e de
todas as flores comestíveis,
Conto as estrelas da
paixão,
E dos pequenos e simples
guardanapos de papel,
Conto as estrelas do meu
fracasso…, e tantas, meu amor, tantas estrelas…
Onde posso escrever…
Quase anda.
Conto as estrelas destes
livros espalhados pelo chão, que odeio, que me odeiam…, que se diga, meu amor,
começo a ficar farto de livros e de livros dos livros…, com poemas, espalhados
pelo chão…
Conto as estrelas de
todas estas paixões e não paixões destes mesmos livros, e percebo,
Que tal como eu…
São apenas uns coitados,
Dos tristes coitadinhos.
Conto as estrelas… sei
lá, meu amor…
Já nem sei o que são
estrelas.
Conto as estrelas das
minhas palavras, e deixei de ter palavras…, quanto mais estrelas…, conto as
estrelas desta melodia que oiço, e perco-me nas estrelas do teu silêncio, antes
que que acorde a manhã…, e me roube todas as estrelas da noite.
Se eu fosse um louco, um
pequeno louco de nada, um triste louco, um louco…, de louco, queria ser uma
estrela, na estrela do teu olhar.
01/07/2023
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