Pego no teu doce olhar
E aprisiono-o dentro
deste poema
Ainda sem nome
Meio pensado…
Meio envergonhado,
Pego no teu doce olhar
E aprisiono-o dentro
desta mão
Que escreve este poema
Ainda sem nome,
E confesso,
Odeio os nomes…
Tudo era tão simples
Se nada
Mesmo nada
Não tivesse um nome,
O olhar poderia chamar-se
de amar
O mar de pôr-do-sol
O Francisco
O poeta…
Equação de Deus,
Mas todos temos uma
matricula
Um número
Eu sou o sete milhões
De anos à beira-mar
Ou a comer gelados no
Baleizão…
Sei-te lá…
Foi há tanto tempo…
Mas isso já não interessa
O importante
É mesmo o teu doce olhar
De manhã dançante
Sobre uma fina camada de
geada,
Pego no teu doce olhar
E corro apressadamente para
a floresta dos silêncios…
Enquanto uma estrela te
segreda…
Sei lá eu o que te
segreda…
Para amanhã,
Para amanhã
Nada de novo
No teu doce olhar.
07/07/2023
Francisco
Sem comentários:
Enviar um comentário