sexta-feira, 7 de julho de 2023

Equação de Deus



Pego no teu doce olhar

E aprisiono-o dentro deste poema

Ainda sem nome

Meio pensado…

Meio envergonhado,

Pego no teu doce olhar

E aprisiono-o dentro desta mão

Que escreve este poema

Ainda sem nome,

E confesso,

Odeio os nomes…

Tudo era tão simples

Se nada

Mesmo nada

Não tivesse um nome,

 

O olhar poderia chamar-se de amar

O mar de pôr-do-sol

O Francisco

O poeta…

Equação de Deus,

 

Mas todos temos uma matricula

Um número

Eu sou o sete milhões

De anos à beira-mar

Ou a comer gelados no Baleizão…

Sei-te lá…

Foi há tanto tempo…

Mas isso já não interessa

O importante

É mesmo o teu doce olhar

De manhã dançante

Sobre uma fina camada de geada,

 

Pego no teu doce olhar

E corro apressadamente para a floresta dos silêncios…

Enquanto uma estrela te segreda…

Sei lá eu o que te segreda…

Para amanhã,

Para amanhã

Nada de novo

No teu doce olhar.

 

 

 

07/07/2023

Francisco

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