(desenho de Francisco
Luís Fontinha)
Abraço-te, minha sombra
nocturna das abelhas em flor,
Abraço-te, abraço-te
enquanto o vento matinal
Desce da alvorada e poisa
no teu silêncio cabelo,
Abraço-te, minha pequena
sílaba de sono,
Poema desenhado no meu
corpo pelos teus doces lábios de mel…
Abraço-te rio ribeira teu
corpo,
Meu amor, do doce abraço,
Abraço-te, janela
envenenada com fotografia para o mar…
Abraço-te, madrugada em
flor,
Quando o luar dorme nos
teus olhos de geada,
Abraço-te, meu amor, nas
palavras que voam em direcção à tua boca…
E me assassinam durante o
sono,
Abraço-te, pequena légua
de mar…
Pôr-do-sol dos dias em
poesia,
Quando o abraço… foge do
dia,
E eu, abraço-te…
Abraço-te, manhã submersa
em tua mão,
Piano das noites
infinitas…
Abraço-te, palavra dos
jardins assílabos…
Em tristes pedaços de
mar,
Abraço-te sanzala da
minha infância,
Meu amor em abraço,
Abraço-te, menina do mar
E do além-mar…
Abraço-te charrua que
labuta montanha abaixo… e eu, eu abraço-te.
Alijó, 12/05/2023
Francisco Luís Fontinha
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