Peço ao meu último cigarro
(banhado a prata e com as
insígnias: L&F)
Peço ao meu último
cigarro,
Travestido de bala,
Que antes de perfurar o
meu esqueleto de sono,
Faça com que a madrugada
se pincele de noite,
Escura,
Fria,
Cinzenta,
E muito fria
E muito cinzenta e muito
escura...
E muito fria.
Peço ao meu último
cigarro
(após Deus ter desertado
da Armada)
Que me traga os fósforos,
As palavras das cinzas dos
livros entre névoas de medo
E outras tantas palavras,
Palavras de merda,
Palavras de Deus,
Homem integro,
Homem da farra…
Palavras
Na palavra.
Se nascer menino…
Será trapezista,
Se nascer menina…
Será Deusa das palavras
& Afins da madrugada, Limitada…
Com sede na Rua do
Alegrim,
Trezentos e quatro…
Mil e quinhentos – trezentos
e dois…
Lisboa.
Alijó, 30/03/2023
Francisco
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