O mar levou-lhe a tempestade
Dos dias mergulhados nas
marés de insónia,
Todos os peixes,
Todos os pássaros,
Erguem-se nas mãos de
Deus,
E há um sorriso desenhado
Sobre o fim de tarde
Junto à sombra do menino
dos calções,
O mar levou-lhe a
tempestade,
E da janela
Fogem as flores do jardim
nocturno da solidão,
O mar levou-lhe a
tempestade
E a solidão dos dias,
E hoje o mar é um
cemitério
De sombras,
Depois,
No espelho da ausência,
Um gesto de carinho abraça-o,
Toca-lhe o rosto
E da voz acordaram as
lindas tardes de Primavera;
São lindas as estrelas em
papel
Suspensas no tecto de uma
alcofa,
O menino dos calções,
hoje, sorri… brinca,
E aos poucos semeia na
terra
As palavras em pedaços de
silêncio, enquanto não acorda o novo dia.
Alijó, 24/01/2023
Francisco Luís Fontinha
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