Todas as minhas noites
As pequenas noites que
habitam em mim
São também elas
Um pequeno cubo de vidro
Sem janelas,
A noite é só minha
Saio à rua
E roubo todas as estrelas
Depois
Guardo-as,
E enquanto te escrevo
Semeio-as nos teus doces
lábios de mel
Um dia
Um dia a noite será uma
planície de vento
Em direcção ao mar,
E uma criança brincará na
areia
Livre como os pássaros da
minha aldeia
Mas enquanto houver noite
Este cubo de vidro só meu
Viverá na tua loucura,
Também eu
Louco
Puxando uma corda
invisível
Desenhando beijos nas
mãos da geada
E imaginando as tuas mãos
nas minhas mãos – enquanto houver noite e geada.
Alijó, 10/12/2022
Francisco Luís Fontinha
Sem comentários:
Enviar um comentário