Inventa-me
E
adormece-me dentro de ti.
Inventa-me
Como
inventas o sono,
Quando
da janela virada para o mar
Um
barco de sémen poisa no teu peito.
Inventa-me
quando me desenhas
Nas
paredes finas e frias do teu silêncio,
Ou
quando escreves no meu sorriso
As
palavras de amar.
Inventa-me
enquanto a insónia
Dorme
sobre esta pedra de saudade,
Inventa-me
neste jardim esgrouviado
Onde
as minhas flores
São
pequenas lâminas de papel em solidão,
Inventa-me
enquanto existe manhã
E
a luz dos teus lábios
São
as estrela felizes da madrugada,
Inventa-me
nas tristes ruas desta cidade
Sem
tardes de poesia,
Nas
tardes de poesia.
Inventa-me
menina doce mel
Nos
círculos de luz com olhos verdes…
E
eu te banho de palavras
Que
transporto nas minhas trémulas mãos de espuma.
Alijó,
06/11/2022
Francisco
Luís Fontinha
Sem comentários:
Enviar um comentário