quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Flores de amar

 Pego nestes barcos em papel cremado

E lanço-os ao mar da saudade,

Uns voam, outros navegam sobre a cidade,

E ainda outros… parecem um rochedo encalhado,

 

Tal como um coração despedaçado,

Quando o Outono transporta o luar,

E há sempre uma pequena lágrima no mar,

Porque estes barcos em papel cremado

 

São como corpos sepultados,

Riem, choram e dizem que a noite estrelar

Os deixa muito cansados,

 

Como as tuas flores, na madrugada…

São gemidos, são vozes a suplicar,

Porque são as tuas flores; as tuas flores de amar.

 

 

Alijó, 05/10/2022

Francisco Luís Fontinha

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