Todos os dias,
Estas tristes janelas se
encerram,
E o sol…
Esconde-se nos arbustos
do cansaço,
Todos os dias,
Há luar na minha noite,
Todas as noites,
Há palavras nos meus
tristes lábios,
Todas as horas,
Todos os dias,
A solidão dos dias,
A solidão das horas,
Quando um velho relógio
Se esconde na alvorada,
Um transeunte invade o
jardim do sonho…
E as minhas acácias
morreram de saudade,
Todos os dias,
Dias em pequenos voos
sobre o mar,
Todas as horas,
Todas as palavras,
Todos os dias em delírio…
Nas nuvens encarnadas,
Depois,
O sangue laminado
Jorra na planície do
medo,
As janelas encerradas,
A padaria fora de
serviço,
O café amargo…
Entre dias,
Depois dos dias,
Nas horas sem dias…
E pergunto-me
Quando acordam os cisnes
do teu olhar,
Sabendo que todas as
janelas,
Todas as horas,
Todos os dias,
Minutos,
Segundos de nada…
Deste calendário
envenenado,
ENCERRADO.
Alijó, 22/09/2022
Francisco Luís Fontinha
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