Percebo que a planície do
desejo
É apenas uma equação em
delírio,
É uma estrutura
envenenada
Pelo vento madrugada;
Percebo que a planície do
desejo
É uma contante cansada,
É uma pedra em movimento,
É a sombra na calçada.
Percebo que nas tuas mãos
Brincam os pássaros em
papel
Que o destino deixou
ficar;
Percebo.
Percebo que esta planície
do desejo
É a palavra amar…
É apenas vontade de viver.
Percebo.
Percebo que na planície
do desejo
Habitam os teus lábios em
combustão,
Habita a palavra, habita
o solstício de Verão
Quando ao longe, do mar,
vem o meu esqueleto…
Percebo que na planície
do desejo;
Também habitam os meus
poemas de merda.
Habitam os meus desenhos
de merda.
Também habita o teu olhar
sereno, também habitam as tuas mãos de amar.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 04/06/2022
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