Permita-me,
Desenhar as palavras do
silêncio
Que habitam nos seus
olhos,
Abraçar a sombra da manhã
Que voa nos seus olhos,
Escrever na sua boca,
O luar que ilumina os
seus olhos,
Quando as pedras em
silêncio,
E se me permitir,
Desenhar nos seus olhos,
As lágrimas dos meus
olhos.
Permita-me,
Amarrotar esta pobre
folha
Onde escrevo o feitiço
dos seus olhos,
Semear nos seus olhos
A triste noite antes de
adormecer,
E perceber
Que os seus olhos são um
rio em delírio…
São uma planície ensonada,
Que os seus olhos, teimam
em não enxergar.
Permita-me,
Abraçar os seus olhos
Que brincam neste poema
e,
E acordam as pedras em
silêncio.
Alijó, 13/04/2022
Francisco Luís Fontinha
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