quarta-feira, 13 de abril de 2022

O silêncio das pedras

 

Permita-me,

Desenhar as palavras do silêncio

Que habitam nos seus olhos,

Abraçar a sombra da manhã

Que voa nos seus olhos,

Escrever na sua boca,

O luar que ilumina os seus olhos,

Quando as pedras em silêncio,

 

E se me permitir,

Desenhar nos seus olhos,

As lágrimas dos meus olhos.

Permita-me,

Amarrotar esta pobre folha

Onde escrevo o feitiço dos seus olhos,

Semear nos seus olhos

A triste noite antes de adormecer,

 

E perceber

Que os seus olhos são um rio em delírio…

São uma planície ensonada,

Que os seus olhos, teimam em não enxergar.

Permita-me,

Abraçar os seus olhos

Que brincam neste poema e,

E acordam as pedras em silêncio.

 

 

 

Alijó, 13/04/2022

Francisco Luís Fontinha

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