Das pedras
O mal-amado mordomo,
O eterno viajante,
O derradeiro coveiro da
liberdade,
Das pedras
Às nádegas embalsamadas,
O homem das pedras,
Ao homem dos cacos,
Nas palavras revoltantes.
Das pedras,
Luz claridade silêncio,
Aos cigarros envenenados,
Nas pedras, cacos,
Das pedras, votantes.
Às pedras
O mal-amado mordomo,
O pelintra da madrugada,
Quando grita,
Quando ladra,
Cumprimenta-o não
sabendo,
Sabendo quase nada;
E tudo se resume a uma simples
morada.
Das pedras
Não sabe nada.
Porque nas pedras
Habita uma velha estória,
Um cardume de cinza,
Nas pedras a glória,
Nas pedras votantes,
O cheiro a naftalina.
Às pedras regressarás,
Como um punhado de
estrume,
À fogueira,
Ao lume;
Nas pedras
O teu pobre caixão,
Nas pedras, perfume.
Alijó, 02/01/2022
Francisco Luís Fontinha
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