Desço o teu corpo
Até encontrar a fina
madrugada.
Na tua pele de amanhecer,
Habita a fogueira
enamorada,
Das palavras de escrever,
Nas palavras de brincar,
Desço o teu corpo
Maré de mar,
Rocha incandescente a
arder,
Rocha amorfa que não sabe
falar,
Falar sem querer,
Querer que lá longe, lá
longe zarpar
Para a lua a crescer.
Desço o teu corpo
ancorado
Na minha mão desleixada,
Que pertence a este corpo
envenenado,
Envenenado pela
madrugada,
Desço o teu copo,
Até às profundezas do
amanhecer,
Cidade assassina,
Cidade a arder;
Onde brinca um menino
traquina,
Desço o teu corpo,
Teu corpo de sofrer…
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 19/12/2021
Sem comentários:
Enviar um comentário