Trazias na boca
As mais belas palavras da
madrugada,
Sentia-te em mim, como um
poema,
Abandonado na cama,
Dançando na alvorada,
Parecendo louca,
Parecendo nada.
Trazias no olhar,
As tontas sílabas
perfumadas,
Parecendo migalhas de amar,
Parecendo almas penadas.
Era uma tarde cansada,
Quando o teu corpo vacilava
Na minha mão;
Eram palavras de nada,
Eram palavras do coração.
Trazias no cabelo a boca
que beijava,
Na noite ensonada,
Havia uma gaivota que
voava,
Havia uma gaivota que
sofria,
Havia o teu corpo que dançava,
Sem perceber que sorria.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 26 de Dezembro de
2021
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