Os
poemas da morte,
Palavras
tristes no nevoeiro da manhã,
Cancelas
à sorte,
Abertas,
campestres sentimentos de partir,
Regressar
sem regresso,
Fugir,
Cansaço
premeditado que apenas os livros vivem,
Palavras,
Ditados,
Nos
poisos sonolentos das montanhas.
As
flores negras que a tarde come,
Que
alimenta o silêncio da sombra,
Tem
nos olhos uma lágrima de vidro,
Quando
se levanta sobre o capim,
A
sanzala do adeus.
Uma
finíssima porta de luz,
Uma
janela pincelada pelo desejo,
Um
nome escrito na sombra,
Que
incendeia a noite.
A
melancolia,
Com
fome de matar,
Uma
enxada carregada sobre os ombros,
A
terra, húmida vaidade,
Nas
flores dos rochedos cinzentos.
Vive
na sanzala do adeus,
O
menino dos calções invisíveis,
Livros,
papel cansado de sonhar,
Nos
lábios de uma laranja.
Salto,
grito, deito-me na água do rio,
Morro
e, levo comigo a mensagem,
Trazem-me
a toalha da poesia,
Porque
neste caminhar,
Não
caminho,
Apenas
durmo,
Ou
sonho que dormia.
Francisco
Luís Fontinha
Alijó,
22-05-2020
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