sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Vida de marinheiro



Triste a vida de marinheiro,
Prisioneiro
Neste porto sem nome,

Estes socalcos me enganam
E abraçam o rio da saudade,
Estes socalcos lapidados na sombra da noite
Quando regressa a verdade,
E tenho no corpo o medo da revolta,
E tenho nas mãos o silêncio que não volta,
Estes socalcos da triste vida de marinheiro,
Prisioneiro
Neste porto sem nome…
E distante da madrugada,

Nem idade,
Nem dinheiro,

Triste,
Triste a vida de marinheiro
Assombrado pelo amanhecer do desejo
Que se perde num beijo…

Nem cidade,
Nem dinheiro,

E no tempo se esquece o coração de prata
Das marés loiras que o mar desajeita
E rejeita
Contra a corrente,

Triste a vida de marinheiro…
Triste,
Triste na cidade ausente.



Francisco Luís Fontinha
17/02/17

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