a
tempestade cessou
nos
meus braços de sonâmbulo, acorrentado
ao
cais da saudade
imagino
a madrugada adormecida, distante das pálpebras quebradas,
a
tempestade cessou
no
meu corpo escorregadio pelo suor da solidão,
vejo
os tentáculos das palavras,
mortas,
ou
quase mortas… em mim, em ti…
os
velhos pilares de areia,
sinto
a escuridão dos dias
quando
tu não estás no meu círculo cinzento
que
os barcos transportaram para o longínquo cemitério de pedra,
e
antes da tempestade cessar,
antes
de acordar em mim o sono,
tínhamos
uma cama imaginária
que
nos abraçava quando regressava o luar…
os
lençóis em linho perfeito,
desenhos
bordados pelas tuas mãos,
desenhos
desenhados pelo meu olhar…
cansado
olhar,
de
te ver e ouvir,
quando
cessou a tempestade,
e
juntos…
e
juntos ficamos presos ao mar.
Francisco
Luís Fontinha
sábado,
27 de Agosto de 2016
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