terça-feira, 24 de maio de 2016

rabiscos de prazer


todos as noites me sento nesta cadeira sem dono

enquanto não regressa o sono

vou rabiscando qualquer coisa na mão

uma leve brisa guia os barcos até aos meus sonhos

onde poisam lentamente noite adentro

hoje sei que não vou sair daqui

hoje… hoje vou dançar ao som das tormentas

e dos castiçais de prata

que brincam dentro deste velho casebre

iluminado pela paixão

incendiado pelo teu perfume invisível

que a madrugada há-de comer

o derradeiro pequeno-almoço do amanhecer

até que vem o sono

me deito sobre a cama

e invento apitos

e invento gaivotas em papel…

aos gritos

 

Francisco Luís Fontinha

terça-feira, 24 de Maio de 2016

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