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com vista para o mar
No
corredor aglomerados de aço
Cadáveres
de barcos
Braços
Sombras
de amor embalsamadas
Passeando
na réstia manhã adormecida
Lá
fora o mar entranhado nas ervas esquecidas pelo Criador
Chove
Há
nas quatro paredes invisíveis
Gotículas
de uma lágrima sem nome
Só
Em
direcção ao infinito
Os
gemidos
A
fome disfarçada de noite
Lá
fora o mar
Pintado
no térreo pavimento da dor
Não
há palavras
Poemas
Textos
Nada
Nada
No
corredor
Aglomerados
Aço
Enferrujado
Velho
Sem
saber a que cidade pertence
A
idade
A
idade em corrida
Tropeça
na Calçada
Dorme
Acorda
E
finge…
Finge
não ter medo da madrugada.
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