segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Sem ninguém


Sou refém das minhas palavras

Um prisioneiro sem cela

Um carcereiro endiabrado dando-me porrada

Pancada em mim

Esta vida

De ser

Assim

Sem mim

Abstracto do teu olhar

Sou refém das minhas palavras

Quando estes arbustos pela manhã

Me cumprimentam

Abraçam

E beijam

Pego nos livros teus

E misturo-os com os livros meus

Tudo palavras

De que sou refém

E ninguém

Desta cela prisioneira…

 

Sem ninguém.

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Segunda-feira, 2 de Novembro de 2015

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