terça-feira, 11 de agosto de 2015

Prisioneiro das marés vadias


Permaneço impávido em frente a este cadáver espelho,

 

Olho e sinto o mar enrolado nos meus braços,

Sou um prisioneiro das marés vadias,

Sem flores na minha algibeira,

As abelhas trazem-me os tristes beijos da madrugada,

Nos rochedos habitam os ossos da noite,

E nunca tenho tempo de sorrir para as estrelas…

Permaneço sentado,

De corda ao pescoço,

Como um boneco em palha…

Enlatado,

Vagabundo rosto,

Que ninguém consegue desenhar,

 

Que ninguém sabe consolar…

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Terça-feira, 11 de Agosto de 2015

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