No
teu corpo viverei…
Sentado
numa esplanada,
Ouvindo
os teus gritos
Cansados
da sombra sem regresso,
Do
teu corpo…
As
lágrimas das montanhas apaixonadas,
Do
amor,
O
Sol,
Vestidos
de negro,
Fugindo
das madrugadas,
No
teu corpo… desenho o cansaço das algemas imaginárias,
Embainhadas
nos rochedos do medo,
Como
amo o silêncio da noite
E
as ruas assustadas,
Ouvido,
Ouvido
os teus nostálgicos gemidos,
Entre
gritos
E
palavras famintas,
Não
sei quem fui
Quando
escrevias amo-te no muro da saudade,
Corria
em direcção ao mar,
Inventava
sorrisos nos vidros embaciados…
Ouvindo,
E
gritando…
Os
teus gemidos encarcerados nas algibeiras do sono,
Nunca
fui amado…
Ouvindo,
E
gritando…
Os
Cacilheiros embriagados,
A
solidão entre círculos de espuma
E
gaivotas quadriculadas…
Hoje,
sou um rio que não consegue encontrar o mar,
Um
barco em lata calcinada,
Amo-te,
Sinto
a alegria escondida dentro dos meus livros,
A
saliva encardida dos abutres desnorteados,
A
vida…
É
uma fotografia acorrentada ao passado,
Como
são todos os esqueletos abandonados,
Sentava-me
à porta do engate,
Corria
como um animal em Cio…
Do
rio,
A
tua esfarrapada desculpa…
OCUPADO,
Sem
tempo,
…
No teu corpo viverei…
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Sábado,
8 de Agosto de 2015
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