Sinto
em cada porta uma lágrima,
O
grito dos cadáveres em cartolina cinzenta…
Embrulhados
nas estrelas,
É
tão pequeno o Universo,
É
tão insignificante a vida,
E
todas as palavras que escrevi,
Em
vão…
Odeio
esta cidade em ruínas,
E
todos os barcos acorrentados a este edifício,
Sinto
em cada porta uma árvore em direcção à morte,
Sinto
em cada porta numerada...
Um
marinheiros sentado à janela,
A
luz ténue da esperança cessa em cada mão,
A
noite não regressará mais a este corredor,
E
a madrugada…
Um
palhaço em vidro,
Um
circo desesperado,
No
medo,
No
infinito coração das pétalas adormecidas,
Vagueio,
Deambulo
como um soldado envergonhado,
Sem
espingarda…
E
há sempre em mim uma triste Calçada.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
IPO
– Porto, 25 de Julho de 2015
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