sábado, 25 de julho de 2015

Corredor da morte


Sinto em cada porta uma lágrima,

O grito dos cadáveres em cartolina cinzenta…

Embrulhados nas estrelas,

É tão pequeno o Universo,

É tão insignificante a vida,

E todas as palavras que escrevi,

Em vão…

Odeio esta cidade em ruínas,

E todos os barcos acorrentados a este edifício,

Sinto em cada porta uma árvore em direcção à morte,

Sinto em cada porta numerada...

Um marinheiros sentado à janela,

A luz ténue da esperança cessa em cada mão,

A noite não regressará mais a este corredor,

E a madrugada…

Um palhaço em vidro,

Um circo desesperado,

No medo,

No infinito coração das pétalas adormecidas,

Vagueio,

Deambulo como um soldado envergonhado,

Sem espingarda…

E há sempre em mim uma triste Calçada.

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

IPO – Porto, 25 de Julho de 2015

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