sábado, 13 de junho de 2015

Hoje é sábado…


A palavra escrita

Assassinada no coração do poeta,

A vaidade secreta

Quando a noite habita o teu corpo,

Meu amor…

 

És absorvida pelas lâminas da paixão das pedras,

 

Dormes em mim,

Levantas-te dos sonhos

E voas nos meus braços,

Tão cansados…

Meu amor…

Tão cansados de amar,

De chorar,

Tão…

Tão cansados dos teus lábios de sombra desenhar,

O teu olhar,

Meu amor…

Um rochedo de insónia

Em suicídio no rio sem nome,

Abrem as portas da cidade,

Ouvem-se os gemidos das lâmpadas em paixão,

Descias em mim,

Davas-me a mão…

Meu amor,

Entre dedos e uma infância poética,

O capim enrolava-se nos teus seios de menina,

Felizes,

Eles,

Sobre o meu peito,

Sem janela,

 

O vazio suor da tua pele,

Um minúsculo quarto de saliva,

Um livro poisado numa secretária,

O papel,

A caneta,

E eu,

Meu amor,

Esperando o regresso do teu ventre silabado,

 

Hoje é sábado…

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sábado, 13 de Junho de 2015

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