terça-feira, 16 de junho de 2015

Fugitivo clandestino das nocturnas sombras sem nome


Enrolava-se no sono

Como se fosse uma criança mimada,

Descia a calçada,

Sentava-se em frente ao rio…

Desenhava barcos na sombra do pôr-do-sol,

Inventava palavras

Que quase nunca escrevia,

Sentia no corpo o silêncio da alma,

Que alma… meus Deus!

Alma nenhuma,

Corpo algum

E ausente,

 

E sente,

Sentia,

As lágrima em agonia,

Vestia-se de negro,

Puxava de um cigarro abandonado na algibeira…

E fugia,

Fugia…

Para os braços da longínqua ribeira,

 

A montanha,

Tal com ele,

Também não tinha alma,

Que alma… meus Deus!

Alma nenhuma,

Corpo algum

E ausente,

E fugia, e fugia da velha serpente,

 

E fugia sem saber que era gente.

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Terça-feira, 16 de Junho de 2015

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