quarta-feira, 8 de abril de 2015

Rossio


Não sei a cor dos teus olhos

Meu amor

Simplifico-me em vãs palavras

Para

Definir o silêncio da tua alma

Ignorar as canções de amor

Porque lá fora

No quintal

Percebes

Meu amor?

O fugitivo menino

Em calões

 

Puxando um triciclo de sombra

Na cabeça tinha os sonhos

Tantos

Meu amor

O amor enlouquece as pessoas

Enlouquece-te

Quando

À noite

Somos apenas dois pontos de luz

Sós

Dois

Apenas

 

Meu amor

O corpo manchado de sangue

O livro ensonado

Meu amor

Sós

Dois

Eu e

Tu

Rectas, círculos e matrizes compostas

Diferencias

Meu amor

Diferencias de esperma

 

Voando num quarto de hotel

Lisboa á uma prostitura

Bela

Tão

Bela

Meu

Amor

Tão bela

Meu amor

Amor

Rasurados cansaços

Quando abrias os braços

 

Determinavas a raiz quadrada do desejo

E

Nada

Meu amor

Um conjunto vazio


Sós

E

Madrugadas nos teus braços

Janelas de luz

Entrando quarto adentro

O estremunhar da ausência

 

Os poemas declamados

Pelos infelizes esqueletos de prata

Salgada

A tua boca

Imaginada

Meu amor

Madrugada

Fim

Quatro versos

Falta um

Rossio

Madrugada…

 

Francisco Luís Fontinha – Açijó

quarta-feira, 8 de Abril de 2015

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