Não
regresso mais aos teus braços
Meu
amor
Não
sei se deva tratar-te por meu amor…
…
ou… por meu amor
A
sinfonia adormecida das amendoeiras em flor
Descendo
socalcos até ao rio
Um
corpo camuflado pelo silêncio
Dá
à tona
Pede
abrigo
Dá
a mão
E
morre
O
meu amor
Meu
amor
As
sílabas do amor complexam no dia em que tu partiste
Perdi-me
na fachada húmida de um prédio em ruínas
Aos
poucos
Meu
amor
A
tinta descolorida das palavras
Vestiu-me
Transformei-me
em livro
Vê
tu
Meu
amor…
L
I V R OOOOOOOOOOOOOOO…
Com
teias de aranha
Bolor
E
sandes de velhice
Quase
parecia um transatlântico enferrujado pelo desejo
A
mulher
Em
casa
De
pernas…
Abertas
Meu
amor
Abertas
Depois
vieram os filhos
A
doença
A
família encaixotada num cubículo de sombra
O
fim
Dos
sonhos
E
das festas quadriculadas da paixão
A
viagem
Sem
Sem
regresso
Meu
amor
Morreram
todas as personagens do nosso amor
Hoje
Hoje
já não existe banco de jardim
A
árvore
O
livro que tinhas na mão
E
eu
Olá
Estás
bem?
Meu
amor
Os
desenhos estranhos que desenhei na tua pele
As
equações que resolvi nos teus seios
E
nas tuas coxas
Dormia
Sonhava
Que
existes
Ou…
meu amor…
L
I V R OOOOOOOOOOOOOOO…
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
terça-feira,
14 de Abril de 2015
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