Viajo no teu olhar
disfarçado de flor
há nos teus lábios
um jardim
com coração de
pétala adormecida
uma criança brinca
nos teus cabelos
baloiça na tua boca
sempre a sorrir
antes da minha
despedida
viagem
ao fundo do poço da
paixão
desço
despedida,
desço até
encontrar o chão
lamacento
com odor a Primavera
a poesia é uma
aldeia
sem palavras
sem livros
sem... sem casas
baloiça na tua boca
sempre a sorrir
a criança que
existe em mim
mergulhada nos
sonhos
quando o sono é uma
prisão,
com grades de luar
e janelas de
açúcar...
imagino o teu
silêncio
quando te embrulhas
no espelho da saudade...
saudade...
grades
janelas
uma aldeia
sem palavras
sem... sem...
pessoas
e a criança
invisível
grita... quando
percebe a minha partida...
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Quinta-feira, 19 de
Março de 2015
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