segunda-feira, 16 de março de 2015

Apaixonado, os búfalos alicerçados ao poema, o eterno perdido, navegando pelas linhas transversais da paixão, a guerra
Nunca conheci o meu pai,
Fotografias, uma velha espingarda... e
A guerra dentro do meu sangue, o meu irmão clandestinamente afogado no medo de não acordar, e todos os dias
Pai?
Em combate, os dias espelhados numa pequena folha em papel, ouviam-me os espirros das espingardas, ao longe, distante, o capim dormindo, cigarros incendiando os sonhos da adolescência, os textos confusos, as ditas fotocópias das fotografias... assassinadas,
Por um louco,
Miguel?
Margarida acredita no amor depois da morte,
Ele
“Foda-se”,
Ele sentado numa cadeira de praia, lia o jornal, olhava-me
Um dia
Regressarmos?
Nunca, pensava eu, ele sabia que um dia
Morto em combate,
“Filho da puta”...
Amor de mãe.


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 16 de Março de 2015

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