Tristes versos
estes
barcos esfarrapados
que se afundam nos teus olhos
carcaças de ossos
gente aos molhos...
tristes versos dos
mendigos sem solução
habitantes de uma
cidade em alvoroço
dia sem almoço
carcaças
ventos e marés em
confusão
estes
versos
sem nome
estes
estes barcos
enferrujados lapidando calçadas e transversais loucas
mulheres cansadas
mulheres acariciando
a madrugada
tristes
versos
os corpos em
migalhas
em direcção ao rio
da amargura
tristes
tristes tardes de
literatura
que alimentam os
mendigos sem solução
estes
versos
e ossos
este vazio dentro do
meu peito incendiado
embriagados livros
cambaleando na atmosfera
os círculos do
coração... em espera
estes nomes
versos
e crianças...
procurando as
árvores da infância
tanto medo... meu
Deus...
medo da esperança.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sábado, 1 de
Novembro de 2014
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