Esta viagem não
terá fim,
a terra que procuro
não existe mais,
parecem livros
velhos... parecem jornais,
semeados na lareira
do sofrimento,
esta viagem é uma
guilhotina de insónia,
esperando a noite,
esta viagem é uma
rua sem saída...
onde habitam
telhados de incenso,
essa terra... essa
terra envelheceu,
e esta viagem
embrulha-se no vento,
grita às encostas
graníticas sílabas com doença,
sílabas dentro de
um saco de napa vestido de Céu...
esta viagem
desassossegada,
quando se confunde
com a madrugada,
essa terra
magoada...
no olhar das
serpentes em silêncio,
esta viagem
desterrada,
sem porto para
aportar,
e aquele mar... e
aquela terra íngreme que ficou encaixotada,
esta viagem marginal
correndo em direcção ao nada,
rochedos, auroras
boreais, e outros medos,
e tantos mais...
essa terra,
esta viagem,
este corpo sem
correntes,
este corpo sem
misericórdia...
que não cessa de
ranger,
e tantos mais...
esta viagem que parece aos poucos morrer!
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 3 de
Setembro de 2014
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