não o quero
porque existe um
labirinto de vespas nas asas do silêncio
sabendo que sou um
coitadinho
mendigo diplomado
não não o quero
não o quero junto a
mim
prefiro a solidão
prefiro a noite com
correntes de sisal
não quero
ser o que nunca fui
parecer o que não
sou...
não o quero
não
não o quero
suspenso no meu
portão
só
viciado...
lânguido imaginário
das arcadas em flor
iluminado
talvez
não
não o quero
não o quero junto a
mim
triste
enfezado
enforcado numa corda
invisível
não
talvez
talvez não o queira
junto a mim
assim...
só
só a brincar com um
arame de vidro
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Terça-feira, 2 de
Setembro de 2014
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