Não sei amar,
oiço o ruído da
saudade que se acorrenta às frestas da alma,
há uma janela com
acesso ao deserto,
não dou importância
às pessoas com sorriso de vidro,
ou... ou que habitam
as florestas com asas de aço,
têm mãos de palha,
há nos seus dedos forcas em espera...
não sei amar,
e oiço do cansaço
adormecido o acordar da tempestade,
uma rua dentro da
algibeira,
uma moeda que nem dá
para almoçar...
quanto mais...
jantar,
e o mendigo que me
acena e convida para dançar,
O menino dança?
Vai-te “foder”
mendigo que eu não sei dançar,
um cigarro
suicida-se nos meus lábios,
e no meu peito
deita-se um pedestal encarnado,
não sei amar,
não sei escrever,
não sei fazer
anda...
o cigarro grita pelo
mendigo,
o mendigo toca-me no
braço,
o meu braço começa
a flutuar sobre as sílabas embriagadas,
e um poema vaidoso
senta-se junto ao rio...
dou-me conta que lá
fora é noite,
e não quero sair do
útero da noite...
O menino dança?
Vai-te “foder”
mendigo que eu não sei amar...
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 29 de
Agosto de 2014
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