Esta casa que não
cessa de chorar,
estas janelas com
bocas de inferno e línguas de fogo...
para me
atormentarem,
me enganam,
me sufocam,
alimentam-me as mãos
depois do jantar,
e me tocam,
saciando a sede do
rochedo sobre o telhado da saudade,
salpicando de sangue
o meu corpo de pano...
esta casa que vi
enlouquecer,
onde cresci,
onde morri... morri
de sofrer,
Esta casa de engano,
estes livros mortos,
cansados de viver,
esta casa com
paredes de vidro e tecto de colmo...
o circo,
o circo regressa à
minha terra,
eu, o palhaço das
palavras,
o trapezista dos
silêncios...
o que tem esta casa?
que me acorrenta ao
soalho emagrecido pelo veneno do sofrimento,
esta casa... esta
casa não existe, e eu, o palhaço das palavras...
olho esta casa de
frestas e donzelas e crucifixos falsificados,
que o circo
transporta nos finados...
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Domingo, 31 de
Agosto de 2014
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