Esta cidade de
mendigos,
sem porto para
aportar,
estes esqueletos
vivos...
sem corpo para
transportar,
esta nudez das
árvores silenciosas,
que brincam na areia
límpida dos cigarros de arder,
esta lua, este
luar... esperando o amanhecer,
esta cidade de
mendigos,
estes rochedos que
servem de abrigos...
sem porto para
aportar,
esta noite ventosa,
fria..., amarga...
sem lábios para beijar,
Esta cidade
moribunda,
quando o poeta
espera o regresso do amor,
estas correntes de
luz sem sabor...
que me aprisionam ao
teu olhar,
este cansaço, estas
montanhas de abraçar...
que se escondem nos
teus seios de triste madrugada,
esta cidade,
esta cidade
amaldiçoada...
vestida de rosa sem
odor,
triste, febril...
esta cidade imunda,
onde passeiam os
peixes, e as algas... e os corações sem cor,
esta cidade, esta
cidade que vive nas lâminas da saudade.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Domingo, 10 de
Agosto de 2014
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