Não sei onde
habitas,
o que pensas,
sonhas,
não sei o que
choras, não sei a cor das tuas lágrimas,
se sofres,
ou... vives, ou... a
equação das tuas mágoas,
não sei o teu nome,
esqueci o meu próprio nome,
não sei se sou
árvore, gaivota... ou... ou montanha branca,
talvez eu seja um
barco desgovernado navegando no teu Oceano,
(O cansaço
despede-me da poesia,
oiço-te como se
fosses uma janela sem vidros,
descalça, um
desempregado letrado, um esqueleto vadio...
uma janela encalhada
no jardim da melodia,)
Não sei a cor dos
teus olhos,
se são belos, ou...
ou belos, e belos o são,
Não sei onde
habitas,
se habitas em lugar
algum,
não sei o que são
palavras,
mas sei o que é o
medo,
e o sorriso da dor,
Não sei onde
habitas,
como são as tuas
mãos quando desce a noite?
Passas, corres e
levitas...
(Sinto o peso do
Tejo nos meus frágeis ombros,
e de um auto-falante
gritam o teu nome,
corres, caminhas...
e desapareces no interior de um biombo,
e nada mais... até
novamente nascer a manhã,)
Não sei onde
habitas,
o que pensas,
sonhas,
não sei o que
choras, não sei a cor das tuas lágrimas,
se sofres,
Ou... ou
simplesmente me ignoras,
não sei como é o
beijo do teu cabelo,
não sei nada sobre
as tuas pálpebras, não sei nada do que eu quero saber,
não sei onde
habitas, não sei qual é a tua cidade,
o teu livro
preferido?
Ah... também não
sei a tua idade,
se és feliz,
infeliz, ou... ou apenas uma flor perdida na calçada,
ou apenas um pedaço
de poema escrito por um louco na madrugada, eu, que não sei onde
habitas, eu, que não sei o sabor da tua boca magoada.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 2 de
Junho de 2014
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